Com vontade seguir o embalo das atrizes Jennifer Lawrence, Sophie Charlotte e Shailene Woodley e passar a tesoura nos fios? Então você precisa ler esta entrevista que fiz com o cabeleireiro Tiago Parente semana passada, no Rio. O cabeleireiro luso-carioca que arrasa no hair-style de celebrities como Leandra Leal, Sheron Menezes, Bianca Rinaldi e Marina Ruy Barbosa entrega todos os segredos do corte curto, do modelo mais versátil às estratégias para, depois que enjoar, deixar o cabelo crescer.
Todo mundo pode usar cabelo curto?
Em princípio, não. Um cabelo curto evidencia mais os traços do rosto, as orelhas, o pescoço… E aí, se você estiver com excesso de peso, tiver um nariz ou orelha grande ou apresentar flacidez facial, vai correr o risco de colocar tudo isso em destaque. Além disso, precisa levar em conta a textura do fio. Ondulados e lisos são mais maleáveis, então costumam aceitar melhor o curto – fica mais fácil de modelá-los, de brincar com o curtinho depois de cortar. Um supercrespo só fica cool quando se trabalha um corte mais conceitual. O da atriz Lupita Nyongo, vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante este ano, é um bom exemplo: tem as laterais quase raspadas e volume no topo. Claro, toda regra é relativa quando a pessoa tem atitude para segurar o look – se você deseja muito radicalizar no comprimento e acha que tira de letra o visual, vá em frente. Mas que essas questões contam, isso contam. Melhor considerá-las antes de se animar.
Qual o segredo de um curto ser versátil?
Um curto como o que a Jennifer Lawrence estava usando começo do ano ou que a Shailene Woodley desfila agora, , bem curtinho nas laterais, com franja longa e mechas desfiadas, é o mais indicado para quem quer versatilidade. Esse modelo permite muitas variações, dá para jogar tudo para a lateral, puxar para trás, criar topetes… Com ele, é possível criar molduras diferentes para o rosto.
E que produtos você precisa ter a mão para conseguir modelar?
Indispensável: uma pomada específica para seu cabelo. Se for mais oleoso, prefira uma que seja seca e mate como a Structure Dust, da Joico – salpique sobre os fios, dê uma chacoalhada com as mãos para espalhar bem e então modele, também com as mãos, da maneira que quiser. Já se o seu cabelo for seco, prefira uma pomada mais oleosa, mais densa. A Session Series, da Tigi Catwalk, é ótima nesse caso, assim como a Sculpt Structure, da Joico, que dá brilho sem deixar o toque melado.
Vale usar acessórios para variar o look?
Claro! Coroinhas e tiaras trazem um toque de luxo para o cabelo, assim como um lenço de tecido nobre e estampa elegante. Lembre-se de escolher um acessório que seja leve, para que não fique caindo da cabeça (peças muito pesadas o cabelo curto não segura!) mas nada de escolher uma peça de aparência barata – vai empobrecer o visual.
Tem cores que funcionam melhor para o cabelo curto?
Particularmente, prefiro gradações mais suaves de tom, reflexos que sejam mais naturais. Seja a base castanha, aloirada ou ruiva. Mechas muito contrastadas no cabelo curto acho dramático demais!
E para sair do curto, qual o segredo?
O mais óbvio: ter paciência! Vai ser necessário pelo menos um ano para que ele atinja um comprimento Chanel. Vá deixando o topo crescer enquanto acerta periodicamente o comprimento e aposte nas mechas desfiadas na parte superficial do cabelo. A desconexão e a modernidade que elas trazem disfarçam o fato de que os fios estão em processo de transição.