Meu nariz sempre foi uma encanação para mim. Minha vontade de querer mudá-lo começou na pré-adolescência mas, conforme foi passando o tempo, fui levando, deixando esse desejo um pouco de lado e tocando a vida. Até que em 2018, antes de fazer 33 anos, decidi que finalmente iria juntar dinheiro para fazer a tão sonhada cirurgia plástica. E, ao ver uma foto de uma pessoa que tinha feito cirurgia e que conseguiu uma mudança espetacular no formato do nariz (para muito melhor, e sem aquele aspecto óbvio de nariz operado), tive o empurrão que faltava. Me animei e marquei uma consulta com o Dr. Marcelo Felix, o médico que operou essa conhecida e que, por coincidência, é casado com uma prima querida.
O primeiro encontro (que rolou em Ribeirão Preto, cidade onde o Dr. Marcelo atende) foi promissor. Ao chegar no consultório em que atendem o Dr. Marcelo e seu pai, Dr. João Felix (também conhecido cirurgião plástico de Ribeirão), vi duas cartinhas de pacientes que estavam enquadradas e afixadas na parede. Elas diziam como os procedimentos tinham mudado a vida deles e o quão agradecido eram. Fiquei encantada, era um ótimo prenúncio!
E, durante a consulta, tudo melhorou. O médico me passou muita confiança e me explicou, com muita calma, exatamente o que era possível fazer no meu caso. Ele contou que teria que quebrar a parte próxima da testa para afinar a base, que daria para diminuir o tamanho do nariz visto de perfil (era uns dos pontos que mais me incomodavam) e, para finalizar, que seria possível dar uma leve arrebitada. Disse que tinha dúvida se mexeria nas asas (a parte que envolve as narinas), mas iria fazer uma avaliação durante a própria cirurgia plástica, analisando os resultados conforme o seu desenrolar. E, que a parte gordinha da ponta (minha “batata”, rsrs…) iria ficar mais afilada. Mas que o resultado ficaria natural, sem parecer que houve muita intervenção. Foi exatamente o que queria ouvir.
De volta a Rio Preto, onde moro, tive que me consultar com dois otorrinolaringologistas para tratar de uma alergia antes de operar (o problema precisava ter sido contornado antes de a cirurgia ser feita, para a recuperação ocorrer sem sustos). Comecei o tratamento, fui atualizando o cirurgião plástico sobre os progressos e, quando a alergia tinha sido controlada, viajei mais uma vez até Ribeirão para conversar com o anestesista que me acompanharia no centro cirúrgico (que também me tranquilizou bastante) e para fazer uma última consulta com o Dr. Marcelo, durante a qual tirei fotos de antes e recebi orientações para o pré-operatório. Tenho rinite alérgica e, antes de encarar a rinoplastia, precisei fazer tratamento com Budesonida e soro fisiológico todos os dias para diminuir os cornetos (estruturas internas compostas de mucosa, tecido esponjoso e osso), pois eles estavam inchados.
Daí em diante, a tensão e a ansiedade só aumentavam. Mas me tranquilizei um pouco ao ver, por acaso e cerca de um mês antes da data programada para entrar na faca, a youtuber Mari Maria postar sobre sua cirurgia, mostrando no Instagram takes rápidos do dia a dia pós-operatório. Não é gostoso ficar olhando manchas roxas e inchaço, mas, por outro lado, esclarece e conforta quem pretende encarar a operação também.
Aí, depois de vê-la, me lembrei também de outro caso de cirurgia bem sucedida, a da youtuber Bianca Andrade (a famosa Boca Rosa). Claro, fui dar uma fuçada nas suas redes sociais para checar seus depoimentos sobre a rinoplastia (que já havia rolado há mais tempo) e foi mais um alívio – bom ouvir os outros falando de algo pelo que você ainda vai passar…
HORA DA MUDANÇA
No dia 11 de novembro, parti para Ribeirão Preto para a minha última noite antes de ter um nariz novo. No hotel, tive que tomar um remedinho prescrito pelo anestesista para dormir tranquila e acordar descansada para o grande dia.
E assim, lá fui eu às 6:00 da manhã dar entrada no Hospital Riberânia. Ai, cada momento de tensão que a gente passa… É só ouvir a atendente chamando o nosso nome para colocar aquela roupinha HOR-RÍ-VEL de hospital que a gente já pula da cadeira. Escrevo agora, rachando o bico de rir e me lembrando. Mas, na hora, foi tenso. Lembro-me como se fosse hoje de estar sentada no corredor do centro cirúrgico, de ver o Dr. Marcelo e de ir para a sala de cirurgia, que já estava cheia de gente; anestesistas, médicos, instrumentadores, enfermeiros etc. Era a hora H – que não testemunhei, obviamente, já que a anestesia me nocauteou rapidinho.
ALGUMAS HORAS DEPOIS…
A primeira lembrança que tenho após apagar na sala de cirurgia é a de acordar na sala de recuperação morrendo de calor, de dor de garganta (por conta da entubação, necessária para essa cirurgia) e também de dor de cabeça (um pouco, imagino, pela posição em que fiquei na maca durante a operação, e outro pouco pela pressão que o gesso faz na testa e que é bem chatinho…). Quer mais? Você acorda e está tão inchada e roxa que os olhos mal se abrem e, para piorar, qualquer luz na cara acaba com a gente, incomoda demais! E eu já tenho uma sensibilidade à luz forte, imagina então como foi!…Argh! Que vida!!! Já acordei reclamando e gemendo, aí minha mãe entrou na sala e eu continuei a choramingar. Que alívio é ver a mãe da gente nessas horas, né? Iti malia!! Rsrs…
Fiquei assim pelo resto da tarde, só consegui abrir os olhos um pouco melhor por volta das 16:00. Foi por volta desse horário que me comecei a me sentir melhor mas, sabe como é recuperação de cirurgia, né? Passei mal, cheguei a vomitar duas vezes, mas melhorei, tive alta e aí juntei forças para retornar a São José do Rio Preto e ajudar minha mãe com o Waze na estrada.
Chegamos em Rio Preto já passava das 19:30. Fui direto para a cama e para o ar condicionado e ali continuei por uns bons dias – meu quarto foi o meu refúgio no início da recuperação. Estava com um tampão dentro do nariz, que ficou superinchado e só permitia respirar pela boca – e como ninguém está acostumado a isso, esse tipo de respiração acaba deixando a gente ainda mais cansada. Além dessa questão da respiração, tinha o gesso fixando o nariz pelo lado externo, e ele incomodava bastante. Sem contar o roxo e o inchado do rosto, que não queria que os outros ficassem vendo naquele momento – mas que, hoje, não me importo de compartilhar com vocês. Acho importante para que tenham noção do processo todo!
O roxo e o inchaço variam muito de pessoa para pessoa – da reação de cada organismo e também de tudo que foi feito no processo cirúrgico. No meu caso, tive ossos quebrados (propositalmente, claro), septo luxado e recebi pontos nas asas do nariz (sim, o médico acabou mexendo nelas no final das contas). Como não posso tomar antiinflamatórios (tenho um problema autoimune, chamado eritema nodoso, que restringe as medicações que posso ingerir), isso atrasou um pouco o desaparecimento das marcas pós-cirúrgicas.
O inchaço começou a regredir a partir do segundo dia. O roxo diminuía um pouco a cada dia, mas foram necessários mais de dez dias para o aspecto ficar menos assustador e e eu me livrar daquele “contorno do olho” que não agrada ninguém. Passado um mês da cirurgia, uma certa “olheira” ainda era visível – na verdade, um restinho do roxo provocado pela operação.
Mas divido as fotos com vocês para verem o processo ao longo desses dias, e também um vídeo que gravei com uma semana de operação – prepare-se para ver os olhos roxos ao vivo e a cores, rsrs…
Também quero dividir com vocês como foi a rotina de avaliações médicas pós-cirúrgica – quem também quer fazer precisa se programar, né?
4 dias depois de operada: retorno para retirada do tampão interno.
Mais ou menos 10 dias após cirurgia: retirada do suporte interno (dois palitinhos de silicone que mantém o septo no lugar) e do gesso externo (chamado de sprint). Retirada dos pontos das asas e de alguns pontos internos.
20 dias depois de operada: retirada da proteção com esparadrapo micropore.
30 dias após a cirurgia: retorno para verificar a cicatrização interna.
2 meses após cirurgia: retorno para acompanhamento.
6 meses após cirurgia: retorno para avaliar o resultado, que já está bem próximo do final.
E sobre o impacto emocional? É grande, não vou negar. Como fiquei assustada de ver, no espelho e em fotos, um nariz bem empinado e, ao mesmo tempo, inchado e amassado! Choca e a gente não se reconhece muito no começo. Mas, com o passar do tempo, o nariz vai tomando forma e se ajeitando – e a gente, se acostumando. Até agora, estou bem feliz com o resultado. Antes da cirurgia eu nem gostava de ficar sem maquiagem, principalmente quando tinha que fazer fotos. Agora, ando me sentindo bem até com a cara lavada! E olha que, apesar de o roxo gigante do olho ter sumido, ainda rola uma certa sombra nas pálpebras e os restos do inchaço ainda estão por aqui!
E do ponto de vista da saúde, da recuperação propriamente dita? Depois do primeiro mês – momento em que escrevi esse relato – o nariz já estava cicatrizado por dentro mas, por fora, ainda o sentia rígido, a pele estava descamando e seca e não havia sensibilidade na ponta (ela parecia anestesiada).
Aquela foto bem chocante do tipo antes X depois!
Para conseguir visualizar realmente o efeito final, como já mencionei acima, preciso chegar aos seis meses pós cirurgia – ou seja, será só em maio. Vou contar mais detalhes do desenrolar dessa minha experiência com a cirurgia plástica no próximo post, prometo. Aguarde cenas do próximo capítulo!
Beijos de nariz empinado para vocês e um ótimo início de ano!
Fotos e vídeo: arquivo pessoal Letícia Homsi
2 Comentários
Parabéns pelo sucesso da cirurgia. Valeu o esforço e o medo. Excelente trabablho do dr Marcelo Felix.
Corajosa ela, né? 🙂 Beijos!