Óleos corporais: o que você precisa saber para se render a esse produto

Depois que fiz, um tempinho atrás, um post aqui para o Beauty Editor mencionando o uso de óleos para o corpo, fiquei com algumas dúvidas em relação ao poder e a função que esses produtos têm. E algumas amigas, inclusive, chegaram a comentar comigo que, por morar em uma cidade de clima muito quente, como é o caso de Rio Preto, enfrentavam o mesmo problema que eu: o medo de ficar com a pele melada e de o cosmético acentuar aquela sensação de calor que quem mora no interior tem que encarar diariamente. Pior ainda: ficavam aflitas por ter a sensação de os poros estarem tampados. Por isso, decidi investigar: o que esses produtos têm de interessante? Por que devemos nos render aos óleos corporais? Quais os benefícios ou o que eles oferecem de melhor (ou de diferente) em relação aos cremes e loções hidratantes? Então, fui conversar com alguns especialistas para checar tudo direitinho.

Primeiro, o dermatologista Abdo Salomão, de Guaxupé, Minas Gerais me explicou para que exatamente funcionam os óleos. “Eles têm como principal função impedir a perda de água presente em nossa pele e assim manter a hidratação natural. Além disso melhoram a elasticidade e o toque.”

Depois, a dermatologista Carla Vidal, de São Paulo, me contou que eles podem ir além. “Alguns deles incluem proteínas, sais minerais e vitaminas A, B, C e E, além de outras substâncias que atuam como anti-inflamatórios e antioxidantes”. São essas substâncias que dão aos óleos suas outras propriedades, como equilibrar e acalmar a pele e ajudar a prevenir danos.

Outro fato que descobri ao conversar com especialistas foi que os óleos também podem funcionam como “meio de transporte” para outras substâncias, ou seja, fazê-las penetrar um pouco mais na pele. É por isso que alguns médicos (mas nem todos, como você vai ler logo depois…) indicam aplicar um óleo corporal antes de aplicar um creme de tratamento – ele vai potencializar a ação dos ativos que estão presentes na formulação do creme.

Mas, atenção, há dois tipos de óleos nas prateleiras, os vegetais e os minerais.“Os óleos vegetais têm uma maior afinidade com a pele e, por isso, conseguem ultrapassar sua barreira superficial e penetrar mais, não ficam ‘parados’ na superfície”, me explicou outra especialista com quem eu conversei, a farmacêutica e consultora técnica da Biotec Dermocosméticos, Mika Yamaguchi, de São Paulo. “Além disso, são eles que trazem aqueles ativos extra, como as vitaminas, por exemplo.” Já os óleos minerais funcionam como “tampões”, por terem poder oclusivo. Ou seja, neste caso os poros ficam cobertos sim, já que os óleos minerais formam um filme que envolve tudo para evitar que a perda de água não aconteça. São bem úteis para tratar áreas muito ressecadas (experimente passar um óleo de origem mineral no cotovelo ou no calcanhar para ver a diferença na textura e no aspecto da pele!); porém, apresentam potencial comedogênico (ou seja, podem causar acne).

Certo, agora você já sabe qual o tipo de óleo de escolher, mas ainda assim ficou na dúvida sobre a infinidade de óleos vegetais que existem, né? OK, também descobri os mais indicados para combater aqueles probleminhas de que as mulheres sempre reclamam.

O de amêndoas, xodó das grávidas, tem alto poder de hidratação, é bem emoliente e apresenta ação anti-inflamatória por conta da presença do zinco, da vitamina E e de outros antioxidantes em sua composição.

Para aumentar a firmeza da pele, você pode recorrer ao óleo de abacate. “Ele estimula a síntese de colágeno, ajuda a deixar a pele mais firme e retarda o surgimento da flacidez”, me explicou a dermato Carla Vidal. Contém vitaminas A e E na composição.

Para tratar estrias e cicatrizes cirúrgicas, os mais indicados são o de rosa mosqueta e o de gergelim. Isso por conta dos ativos anti-inflamatórios que carregam e do alto poder de cicatrização que apresentam, além de sua capacidade de aumentar a elasticidade da pele.

Para garantir um bronze bonito, use os óleos de cereja e cenoura. Ambos contém betacaroteno que, quando transformado em Vitamina A já dentro do nosso organismo, auxilia na formação de melanina, pigmento responsável por proteger a pele dos raios ultravioleta e conferir o bronzeamento.

E, se você tomou aquele solzão e ficou toda vermelha e ardida pode recorrer ao óleo de Calêndula, cicatrizante e com poder de reduzir a inflamação e a vermelhidão.

Até aqui estamos falando dos óleos que são comprados puros, mas há também os produtos que combinam dois ou mais tipos de óleo, trazem fragrância e outros ativos emolientes, substâncias que tornam os óleos mais fáceis de aplicar e com toque mais suave… Enfim, são produtos construídos a partir de óleos, mas não incluem apenas óleos em sua composição. Cosméticos que se encaixam nessa turma são” bula-dependentes” – você deve usar conforme o fabricante indica, combinado?

E a aplicação, como deve ser? Esse é um assunto que gera certa polêmica! Já li e pesquisei muito a respeito e cada médico dá um veredicto. Quando eu comecei a tratar minha estrias que surgiram no começo da puberdade, minha médica na época me ensinou a passar primeiro o óleo de amêndoas e então o creme para estrias (hábito que mantenho até hoje e que fez maravilhas por minha pele). Mika também indica esse uso. O motivo? Associar os benefícios dos dois produtos e fazer com que os ativos do creme anti-estrias penetrem mais. Já o Dr. Adbo e a Dra. Carla não! Eles indicam que se use o óleo apenas, acham que já é suficiente. Ou então alternar os produtos, usando-os em momentos diferentes do dia. Como eu continuava em dúvida, decidi consultar mais uma cosmetóloga aqui de Rio Preto, Janaíza Debiagi. A opinião dela: se você quiser fazer uso dos dois produtos, aplique primeiro o creme e então o óleo. Esse combo ajuda a manter a hidratação por mais tempo. Com eu disse no começo do parágrafo, não tem muito consenso nessa área…

Mas em duas coisas, todos concordam. A melhor hora para se fazer a aplicação é após o banho, quando os poros estão abertos. E, se for passar apenas uma vez ao dia, prefira o período da noite, antes de se deitar, quando o corpo está menos exposto a partículas de poeira e de poluentes, que podem se acumular na pele.

Ah, um complementozinho importante: os óleos por si só não curam celulite. “Porém, eles melhoram a elasticidade da pele e, por auxiliar em massagens ao facilitar o deslizamento das mãos, podem ser utilizados em tratamentos que ajudam a combatê-la”, me contou o dermatolgista Abdo Salomão.

Viu quantos benefícios os óleos conferem à nossa pele? E se mesmo depois de ler isso tudo você ainda está torcendo o nariz para eles, vou deixar o meu conselho: acho que devia experimentar… Tenho certeza de que vai se surpreender!

Para finalizar, uma listinha para a hora das compras! Ela contém alguns óleos industrializados bacanas para você experimentar – só para relembrar, aqueles que normalmente são híbridos (apesar de haver alguns puros na lista) e que podem conter, além dos óleos propriamente ditos, fragrâncias e ativos emulsificantes e emolientes que os tornam mais fáceis de espalhar. Quer um óleo 100% puro no seu banheiro? Então a dica é procurar em lojas de produtos naturais, como a Mundo Verde (com várias lojas espalhadas pelo país, inclusive aqui em Rio Preto) e a Alternativa Casa do Natural (se você estiver em São Paulo).