De um lado, Alicia Kuczman e Renata Kuerten, esta de cabelo médio recém-cortado. De outro, Thairine Garcia e Angelica Erthal, ambas com um corte um pouco mais longo, mas diferente do compridão habitual. Na última SPFW, essas quatro modelos simbolizaram bem os cabelos que estão fazendo as fashionistas correrem para os salões. Desenhados com tesouradas precisas, eles são versáteis, atuais e trabalham totalmente a favor tanto do realce do rosto como do movimento das mechas. O melhor de tudo: são democráticos, funcionam em vários tipos de fio.
Para entender melhor a nova onda de cortes (a reinterpretação 2014/2015 dos médios que tanto vem fazendo sucesso nos últimos anos), conversei com dois cabeleireiros que pentearam o cabelo dessas tops durante a temporada de desfiles e que têm a antena superligada para o que é tendência: Robert Estevão, um dos reis dos backstages, e Allan Jhones, que também atua nas belezas da SPFW e que atende no salão Marcos Proença, em São Paulo. Quis saber deles: a-) os detalhes desses dois tipos de modelagem, b-) para quem servem e c-) como finalizar cada um desses looks. O resultado da investigação? Confira a seguir!
Primeiro, vamos falar dos cortes médios de Renata e de Alicia.
1. as características
Ligeiramente diferentes entre si (o de Alicia apresenta uma insinuação de franja, coisa que o de Renata não tem), os dois têm em comum a base reta, um repicado feito na capa (a camada superficial) do cabelo e a irregularidade – nada é muito certinho em relação ao despontado. Allan Jhonnes, que foi quem cortou o cabelo de Renata para um trabalho editorial (até recentemente, os fios das top estavam bem longos), me explicou que essa irregularidade é criada a olho, observando-se o natural do cabelo. Vai muito da sensibilidade do cabeleireiro “entender” onde é melhor encurtar um pouquinho mais e onde deve-se tirar menos para chegar ao bagunçadinho cool que dá a bossa do visual.
Nesse tipo de corte, as pontas são bem marcadas – a gente bate o olho nelas logo de cara. Um efeito que o cabeleireiro obtém movimentando o bico da tesoura de cima para baixo, com a tesoura em pé (ou usando uma navalha, o que deixa o repicado ainda mais acentuado). Outra característica importante do look é que não há franja definida. Ou ela é longa, ou nem aparece – a diferença de altura entre a base do cabelo e o despontado mais curto é pequena (em geral, as pontas começam a aparecer a partir da altura da boca).
2. para quem são
Robert Estevão diz que o look é perfeito para fios finos e escorridos– ao deixar o cabelo mais leve, cria movimento e traz uma sensação de volume maior. E explica que além de ser versátil por si só – um comprimento que dá para ondular, alisar, prender… –, ainda é ideal para encaixar extensões. Uma, duas ou três tiras de aplique do tipo tic-tac podem ser posicionadas discretamente entre os fios naturais para potencializar o volume ou alongar a cabeleira temporariamente de uma hora para outra.
3. a finalização
Os dois especialistas indicam o mesmo tipo de produto para dar acabamento a esse corte: uma pomada leve, à base de água, como a Water Wax, da Redken. Friccione um pouco na palma das mãos e use para amassar/bagunçar as pontas, acentuando seu movimento. Antes, você pode fazer um baby-liss largo, partindo de alturas alternadas. É outra técnica ótima para deixar o despontado em foco.
Agora, vamos falar do corte mais longo da Thairine e da Angelica.
1. as características
Eles também não são idênticos entre si, mas seguem uma mesma inspiração: têm base reta, acabam entre os ombros e os seios e apresentam um repicado tanto nas pontas como na parte frontal. Esse repicado é, mais uma vez, evidente, marcado. As pontas são quase espigadas – não, elas não parecem maltratadas, mas são bem irregulares. Feitas, outra vez, com a ponta da tesoura movimentada de cima para baixo ou com navalhadas precisas (cada cabeleireiro tem sua técnica de preferência para obter o resultado). Quando você olha esse tipo de cabelo, percebe que a-) é uma versão alongada dos médios descritos acima, porém um pouco menos repicado na camada superficial e b-) como há uma diferença maior de comprimento entre as pontas na parte da frente, acaba-se criando uma franja longa (mais aparente no caso de Thairine).
Vale lembrar que esse comprimento é uma releitura fashion do cabelão que nós, brasileiras, tanto amamos. É sexy, é feminino, tem todas aquelas características às quais a gente é tão apegada – mas, por terminar no começo das costas (e não no meio ou no fim delas…), fica mais leve e moderno, ganha uma pegada mais descolada.
2. para quem são
Robert acha que o corte é adequado para quem tem cabelo cheio e pesado – o repicado é feito na medida exata para dar movimento sem fazer o cabelo inflar, ficar com um volume descontrolado. Já Allan garante que dá para adotar o look até quando se tem cabelo cacheado. Se o profissional repicar as pontas sem criar muito volume lateral, ele jura que os cachos ganham balanço e modernidade.
3. a finalização
Liso, ondulado, cacheado, não importa: cabelo que tem fios mais longos às vezes fica desgastado, então é bom passar um leave-in de tratamento ao longo do comprimento depois de lavar e tirar o excesso de umidade (Robert anda fã do Strengthening & Hydrating Hair Oil-in-Cream, da Kiehl’s). E, para reforçar o efeito despontado, surge de novo uma pomada leve. Só para lembrar, use em pequena quantidade, nas mechas já secas, para amassar as pontas e realçar seu movimento natural.
Fotos: Paulo Reis, André Conti e Sérgio Caddah/Agência Fotosite
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