Quase dois anos atrás, navegando pelo Instagram, dei de cara com uma marca de pincéis de maquiagem muito diferente, que chamou na hora a minha atenção. Na foto, modelos inusitados – ovais, redondos, em formato de linha –, com um design que eu nunca tinha visto antes (apenas a M.A.C Cosmetics tinha feito algo parecido, mas em escala bem menor – lançado, sem muito alarde, uma coleção cápsula com três pincéis daquele estilo). O nome – Artis Brand – ficou na minha cabeça. E comecei a planejar escrever um post sobre ela.
Corta para agora, 2016. Organizando meu computador, encontrei todo o material que havia coletado naquela época – inclusive uma troca de e-mails com o fundador dessa empresa de beleza, o Matthew Waitesmith. E, coincidentemente, comecei a ver pipocar aqui e ali, em marcas variadas, pincéis bastante parecidos. Pensei comigo mesma: “Parece que a Artis Brand abriu mesmo uma nova fronteira no mundo dos acessórios de maquiagem… Está mais do que na hora de retomar este post.”
Então, vamos ao post, claro!
DE ONDE VEM A ARTIS BRUSH?
Em primeiro lugar, deixa eu apresentar o Matthew. Maquiador e artista plástico, ele, veja só, tem parte de sua história entrelaçada com a da MAC Cosmetics. Quando a grife ainda era gerida por seus dois criadores, os maquiadores canadenses Frank Angelo e Frank Toscan (isso, lá no começo dos anos 1990), Waitesmith foi incumbido por ambos de criar e administrar o programa de treinamento para os make up artists da marca. Depois de 17 anos desempenhando, em escala cada vez maior, essa função (nesse momento, já ocupava o cargo de Vice Presidente Global para Treinamento e Desenvolvimento), decidiu se aposentar. Mas quem é criativo não consegue ficar quieto por muito tempo! Foi aí que decidiu se dedicar a repensar os pincéis de maquiagem, uma ferramenta, que segundo ele, nunca havia tido a merecida atenção. Sua meta: reprojetá-los a partir da perspectiva do design para serem a-) ergonômicos de se usar quando uma pessoa está se maquiando sozinha (a marca é, em princípio, focada na automaquiagem) e b-) lindos de se ver. Pincéis de maquiagem de alta costura, eu diria. Ou verdadeiros objetos de arte, como Matthew prefere definir.
ALTA TECNOLOGIA – E COM PATENTES EXCLUSIVAS!
De onde vem a inspiração para os formatos diferentes? Surpresa: dos elementos que compõem o rosto humano, ou seja, linhas, ovais e círculos. Os materiais que estruturam os pincéis são elegantes (têm acabamento metalizado ou que imita madeira) e há detalhes especiais que facilitam a “pegada” ao segurar – é o caso de estofamentos emborrachados no cabo dos acessórios da coleção Elite, a primeira que foi lançada, em 2014 (e que você pode ver aí acima). E as cerdas, essas eu considero a cerejinha do bolo. Foram criadas com fibras hi-tech, consistentes, que até nome próprio têm: CosmeFibre (a tecnologia é patenteada pela Artis). Cada uma dessas cerdas tem a pontinha microscopicamente afilada, para distribuir ainda melhor os produtos. O acabamento que criam é uniforme, perfeito, superrefinado.
(Aqui, um aparte: nesses [inacreditáveis…] quase dois anos entre ter a ideia do post e finalmente escrevê-lo, comprei dois pincéis de maquiagem Artis Brushes para conhecer. E amei. Falo mais detalhadamente sobre eles logo adiante)
E o que mais Matthew me contou durante nossas “conversas” por e-mail? Ele detalhou que queria tirar aquela cara de objeto comum dos pincéis e deixá-los lindos, desejáveis – que, além de funcionais, se tornassem itens de design. Que não descansou enquanto não conseguiu as melhores fibras para eles – a CosmeFiber é bem fina, firme o bastante para dar controle durante o espalhe, macia na medida certa para ser agradável ao toque e, além disso tudo, consegue distribuir produtos sem fazer o papel de uma vassoura (ela deposita e faz o polimento, mas não arrasta os cosméticos deixando rastros). E que o fato de o encaixe entre o cabo do pincel e as cerdas ser transversal ajuda a mimetizar a aplicação de maquiagem feita com os dedos, que é muito mais orgânica, muito mais natural para quem está se produzindo em frente ao espelho. Cuidando de inúmeros pequenos detalhes, ele conseguiu criar uma linha de acessórios especial, fora da curva. Matthew frisou também que, apesar de os pincéis Artis serem idealizados pensando em facilitar a vida da consumidora final de produtos de beleza, também são ótimas ferramentas para profissionais da maquiagem, graças à sua qualidade.
OS MEUS FAVORITOS DA MARCA
Agora deixa eu contar um pouco da minha experiência pessoal com os pincéis da marca. O primeiro que comprei foi esse aí acima, o Oval 3, da coleção Elite. Sua indicação é para aplicar produtos (sombra, iluminador, corretivo) no canto interno e no canto externo da pálpebra, ou então em áreas pequenas da pálpebra (mais próximo aos cílios, por exemplo). A marca também o direciona para aplicar base ou corretivo nos cantinhos do nariz. Mas o que amo mesmo é utilizá-lo para passar corretivo em toda a pálpebra inferior. É impressionante como consegue criar uma cobertura uniforme e natural sem deixar nenhuma marca do vai e vem das cerdas! Dá mais controle do que um pincel fofinho idealizado para sombras (que muitos maquiadores gostam de usar para fazer a correção) e, por outro lado, traz um resultado mais leve do que espalhar corretivo com um clássico pincel de correção achatado. Ah, sim, ele alcança bem o canto interno do olho. E esfuma que é uma beleza os limites entre o corretivo e a base.
A pegada, em princípio, parecia estranha, mas depois me acostumei a ela. E, apesar de ter um certo receio inicial em relação ao fato de a almofada emborrachada ser branca, percebi, com o uso progressivo, que ela é bem fácil de limpar. O pincel continuou parecendo novo por um bom tempo.
O segundo pincel da Artis que comprei foi o Oval 6, da linha Fluenta, esta lançada em 2015. Estou com ele há menos de um mês, e adorando. Segundo a marca, é um modelo com várias utilidades – aplicar sombra na pálpebra inteira, passar base ou blush ou ainda contornar. O que eu experimentei inicialmente e superaprovei foi fazer a pele: dá para obter uma cobertura ótima (e ao mesmo tempo fina, delicada) e é possível acompanhar os contornos do rosto com precisão e chegar perto das sobrancelhas ou raízes do cabelo sem invadir essas áreas e sujá-las com produto. Agora, estou começando a testá-lo para passar o blush, e também curtindo o efeito. O Oval 6 consegue espalhar o produto de uma forma que a cor fica tão integrada à pele que parece vir de dentro. Show!
Contra: só o preço, um pouco mais caro do que das marcas que costumamos ter como referência (MAC, Make Up For Ever…). O Elite Oval 3 custa $ 40. O Fluenta Oval 6, $ 60.
E por falar em MAC, lembra que no começo do post eu comentei que a marca era a única que eu já tinha visto oferecer produtos parecidos com os da Artis, isso um tempinho atrás? Pois é… eles foram desenhados e desenvolvidos por Matthew Waitesmith, como uma colaboração especial. Como você pode perceber, o ponto de partida dos pincéis ovais, redondos e lineares sempre foi ele. Então, da próxima vez em que você topar com um acessório desse tipo, vai saber certinho de onde vem essa inspiração.
Novo objeto de desejo: o coffret Digital, último lançamento da Artis. Que já vem com suporte e o cleansing pad criado pela marca – um “tapetinho” para limpar as cerdas dos pincéis. Comprinha futura, quem sabe!
Update: está se perguntando se a Artis é comercializada no Brasil? Não, mas a marca vende e entrega para consumidoras daqui via correio ou DHL (entrega rápida). Se não se importar em pagar as taxas envolvidas, vá em frente!
Fotos: divulgação Artis Brush